Pular para o conteúdo principal

Congelamento de Vegetais

O Instituto de Pesquisa em Alimentação do Reino Unido (IFR Extra) analisou o valor nutricional de vegetais como couve-flor, ervilha e cenoura 16 dias após a colheita, tempo médio que eles levam para chegar à mesa. À temperatura ambiente, as perdas de nutrientes alcançaram patamares entre 10 e 25%. As vítimas preferenciais foram as vitaminas. O estudo verificou prejuízos nos níveis da C, uma aliada das defesas, e nos de betacaroteno, precursor da vitamina A, que é essencial para a gente enxergar bem. Essas substâncias são classificadas como termolábeis — ou seja, sensíveis ao calor. “Por isso, quando os alimentos são refrigerados logo depois de colhidos, evita-se uma perda de seus nutrientes”, afirma Maria Elisabeth Machado Pinto e Silva, professora de nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

O feijão verde é outro que se beneficia dessa estratégia gelada. Um trabalho conduzido pela nutricionista Barbara Klein, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, prova que essa vagem retém o dobro de vitamina C quando refrigerada. “Antes do congelamento, os vegetais passam por um processo conhecido como branqueamento, que é um cozimento rápido em água quente”, explica Barbara. Graças ao procedimento, são inativadas enzimas responsáveis por acelerar a extinção vitamínica. À temperatura ambiente, nem mesmo a embalagem natural das hortaliças, a casca, consegue barrar esse fenômeno.

A pausa na linha do tempo dos vegetais ocorre tanto no congelamento industrial quanto no doméstico. Porém, na indústria, além de a temperatura ser muito mais baixa, ele é instantâneo, formando cristais de gelo minúsculos. Em casa, a história é outra — e mais demorada. Além disso, as gotículas de água se unem em blocos que, ao se solidificarem, podem romper as células do alimento, modificando sua estrutura. Na hora de comer, leia-se textura. Daí que nem toda hortaliça sai do freezer ilesa, e, para algumas, o consumo logo após a compra ainda é a melhor pedida.

Pode!

Cenoura e abóbora
Elas são fontes de betacaroteno, precursor da vitamina A, responsável pela cor alaranjada desse duo e fundamental para a saúde ocular. Congeladas, conservam praticamente 100% do nutriente.


Feijão verde
Contém vitamina C, que previne o envelhecimento celular e fortalece o sistema imunológico. O congelamento mantém quase 100% das doses da substância presentes na leguminosa logo após a colheita.


Brócolis
No processo de resfriamento dessa crucífera, há perda de folato, que atua na formação e maturação de células do sangue. Em compensação, há retenção de 80% da vitamina C.


Não pode!

Folhas
São compostas de quase 80% de água, que se transforma em cristais de gelo durante o resfriamento. Eles rompem estruturas celulares, modificando sua textura. Também pode ocorrer perda de vitaminas. Portanto, em vez de apelar para o freezer, o ideal é comprá-las em quantidade suficiente para utilizar de pronto.

Modo de cozinhar

Após congelamento e descongelamento corretos, não erre a mão. Deixe os vegetais por pouco tempo no fogo. Isso porque o cozimento prolongado pode deixar um gosto amargo, como ocorre com a couve-flor. E não se esqueça: vitaminas hidrossolúveis, como as do complexo B e a C, vão parar na água durante o cozimento. “Portanto, procure usá-la no preparo do arroz, por exemplo”, aconselha Luana Grabauskas, nutricionista da Equilibrium Consultoria em Nutrição e Bem-Estar.

Na hora de descongelar

Os vegetais só devem ser retirados do freezer imediatamente antes da utilização e aquecidos no fogão, podendo então ser consumidos em até 24 horas. Não os descongele junto a outros alimentos que liberem odores, como alguns peixes, porque o sabor final pode ser alterado. No caso de vegetais que já são comprados congelados, no supermercado, retire do freezer apenas a quantidade que será consumida naquele dia.

Antes do resfriamento...

...mergulhe os vegetais em água quente, a 90 °C. Veja abaixo por quanto tempo:


TEMPO ALIMENTOS
2 minutos Abobrinha cortada em pedaços, chuchu, ervilha fresca em grãos
3 minutos Abóbora em pedaços, cenoura em rodelas, couve-flor em buquês
4 minutos Aipo, berinjela, brócolis, alho-poró, aspargo
5 minutos Cenoura inteira, mandioquinha, nabo, palmito (branquear com água e limão)
8 minutos Beterraba inteira, mandioca, milho em espiga

Autor: Lúcia Nascimento
Fonte: Saúde! É vital

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vegetais e Culiinária: Pequeno Glossário Inglês-Português

Glossário Inglês Português de Vegetais Ótimas sugestões que facilitam o preparo de receitas em inglês. alfalfa sprouts (Medicago sativa) - alfafa arracacha (Arracacia xanthorriza) - mandioquinha, batata-baroa arrowroot (Maranta arundinacea) - araruta artichoke (Cynara scolymus L.) - alcachofra arugula, rucola (Eruca sativa L.) - rúcula asparagus (Asparagus officinalis L.) - aspargo aubergine (eggplant in the US) (Solanum melongena) - beringela barley (Hordeum vulgare L.) - cevada basil (Ocimum basilicum L.) - manjericão bean sprouts (Vigna radiata L.) ou (Phaseolus aureus Roxb.) - broto de feijão beet, beetroot (Beta vulgaris L.) - beterraba bell pepper, sweet pepper (Capsicum annuum L. var. annuum) - pimentão amarelo, pimentão vermelho black beans (Phaseolus vulgaris L.) - feijão-preto broad beans, fava beans (Vicia faba L.) - favas broadleaf wild leek, wild leek, leek, elephant garlic (Allium ampeloprasum L.) - alho-porró, alho-poró, alho-porro broccoli (Brassica oleracea L. var. ita

AIisantes de Cabelo tem Riscos!

Ingredientes de alisantes de cabelo podem induzir mutações no DNA Conclusão é de um estudo feito pelo pesquisador Israel Felzenszwalb, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Beleza enganosa Algumas substâncias presentes na formulação de cosméticos podem ter ação mutagênica, ou seja, modificar o conteúdo informacional do DNA, o que pode levar ao câncer. A conclusão é de um estudo feito pelo pesquisador Israel Felzenszwalb, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que coordena projetos que investigam atividade mutagênica e/ou antimutagênica em produtos naturais e sintéticos. Perigo dos alisantes para cabelo A pesquisa foi subdividida na análise de oito compostos. Um deles é o ácido pirogálico, ou pirogalol, presente em alisantes industriais do tipo henê. Desde 1976, a Comunidade Europeia mantém o pirogalol na lista de substâncias proibidas como ingredientes para cosméticos. No Brasil, porém, seu uso ainda é permitido sem restrições pela Agência Nacional de Vigilânc